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Carlos Morais

Uribe pretende assassinar Narciso Isa Conde

09:30 21/08/2008

No dia 13 de Agosto, umha centena de militantes e simpatizantes do movimento caamañista da República Dominicana acompanhavam Narciso Isa Conde na entrega de umha carta dirigida ao Procurador Geral da República dessa ilha caribenha.

No dia 13 de Agosto, umha centena de militantes e simpatizantes do movimento caamañista da República Dominicana acompanhavam Narciso Isa Conde na entrega de umha carta dirigida ao Procurador Geral da República dessa ilha caribenha.

Na missiva, o revolucionário de Santo Domingo denunciava ter informaçons filedignas da existência de planos para o seu assassinato, dando a conhecer com nomes e apelidos os responsáveis directos da trama: Álvaro Uribe Vélez, Presidente da Colômbia; Ramón Santos, ministro da “Defesa” do governo ilegítimo de Bogotá; e Mario Montoya, chefe do exército dominicano.

As pessoas que conhecemos o camarada Narciso Isa Conde e seguimos com atençom o seu intenso e brilhante compromisso político com a Revoluçom dominicana e continental somos conscientes da gravidade da denúncia, como também sabemos que, frente às tentativas de afogar a sua suave e contudente voz contra o regime narco-para-terrorista instalado no Palácio de Nariño por parte da DAS colombiana, da CIA estado-unidense e da MOSSAD israelita, o Narciso nom vai calar, esconder-se ou simplesmente fazer as malas solicitando asilo político em Cuba ou na Venezuela.

Há uns meses, concretamente em Abril deste ano, o Narciso visitou a Galiza para participar nas XII Jornadas Independentistas Galegas, organizadas por Primeira Linha, e em diversos actos públicos da CIG, BRIGA, AGIR e centros sociais. A sua estadia no nosso país serviu para constatar o que já sabíamos: umha insubornável firmeza e lealdade à causa dos mais pobres e excluídos, umha exemplar trajectória militante iniciada há mais de quatro décadas, desde a sua participaçom no governo revolucionário do coronel Francisco Caamaño que se enfrentou à invasom ianque de 1965, prisom e exílio, passando polo longo exercício de secretário-geral do PCD até a sua actual responsabilidade como um dos mais conhecidos porta-vozes da Presidência Colectiva da Coordenadora Continental Bolivariana. Em definitivo, toda umha vida dedicada à causa do Socialismo e da Pátria Grande de Bolívar.
A sua amizade e solidariedade com a causa nacional galega, sem ambigüidades nem pincha-carneiros academicistas, foi patente em todos os actos em que interveu, ratificada no comunicado de adesom à manifestaçom soberanista do Dia da Pátria convocada por Causa Galiza.


As falácias sobre a realidade colombiana
A respeito do conflito político-militar que se desenvolve na Colômbia desde há décadas entre a oligarquia e o imperialismo norte-americano frente a resistência de amplos sectores populares do campo e da cidade, povos indígenas, mulatos e pretos, em definitivo, da maioria da populaçom colombiana, a actual intervençom directa dos EUA desde a aplicaçom do “Plano Colômbia” em 2000, a prática totalidade dos meios de comunicaçom optárom por seguir as directrizes marcadas por Washington e os gabinetes de impresa dos governos de Madrid. Converter o regime de Uribe num paradigma democrático e a insurgência marxista nuns simples bandos sanguinários de narcotraficantes e seqüestradores.

Porém, esta monumental falácia, alimentada em ocultar a realidade publicando notícias completamente maquilhadas ou simplesmente falsificadoras do que realmente se passa na Colômbia, responde aos interesses económicos do imperialismo norte-americano e do sub-imperialismo espanhol.

Estados Unidos é consciente da necessidade estratégica, para alargar o maior tempo possível a sua crepuscular hegemonia como principal potência mundial, da recuperaçom da influência nas Caraíbas e no sul de América Latina, após os vitoriosos processos de ruptura com a dependência imperialista desenvolvidos na Venezuela, Bolívia e Equador, que percorrem o caminho que o povo cubano tinha seguido em 1959. Necessita recuperar o controlo do petróleo do Orinoco, o gás boliviano, e apropriar-se dos imensos recursos naturais em água e oxigénio, e minerais da Amazonia.

Pola sua parte, as multinacionais espanholas dos hidrocarburos, da electricidade, os bancos, etc, também querem ampliar a sua influência na área e ganhar mercado, seguindo a lógica do espólio neocolonial que nunca superárom.
Mas ambas chocam com os governos soberanos de Cuba, Venezuela, Bolívia e o Equador. Mas nom só, nem fundamentalmente. A insurgência colombiana representada polas FARC-EP e o ELN, e também as luitas dos movimentos sociais de camponeses e trabalhadoras e trabalhadores das cidades sobre os quais se apoiam Hugo Chávez, Evo Morales e Rafael Correa, som parte de todo esta onda de mudanças que percorre a América desde o estrepitoso fracasso neoliberal da década passada, e a principal muralha frente à nova conquista.

Daí que haja que mentir, falsear, intoxicar, caluniar, manipular a realidade de América Latina e as Caraíbas, e criminalizar todas aquelas vozes que combatem sem trégua e sem concessons o imperialismo. O que os meios transmitem é simples e pura propaganda de guerra do ur¡bismo. A detençom em Madrid, há umhas semanas, de um activista da solidariedade internacionalista, Remedios García Albert, fai parte desta estratégia de contrainformaçom.

Narciso Isa Conde é um dos mais qualificados representantes da esquerda revolucionária que emerge em todo o continente em simbiose com as demandas dos movimentos sociais, que ultrapassou sem traumas nem complexos o fracasso do “socialismo realmente inexistente” na URSS e nom se deixou seduzir polo parlamentarismo burguês nem polo politicamente correcto. É um militante revolucionário que denuncia o regime terrorista de Uribe e apoia sem reservas a legitimidade da insurgência. Por isso hoje, como sempre, as oligarquias genocidas optam por exercer a mais brutal e ilimitada violência para calar as mais destacadas vozes d@s que denunciam as injustiças, os privilégios alicerçados no sofrimento, na miséria e na morte.

A denúncia do Narciso nom é umha manobra para ganhar protagonismo nem umha cortina de fume. Os precedentes do regime criminoso de Uribe assim o constatam. Uns dias antes da apresentar a carta perante a Procuradoria Geral, o jornal colombiano El Espectador publicava umha entrevista com um ex-chefe paramilitar, Hebert Veloza, intimamente vinculado com o uribismo, em que admitia ter sido responsável junto com o seu grupo armado polo assassinato de mais de três mil pessoas entre os anos 1994 e 2003. Pouco antes, a 8 de Agosto, o Partido Comunista Colombiano (PCC) denunciava o assassinato do dirigente regional no Departamento de Arauca, Luis Mayusa Prada, membro também da força institucional Polo Democrático Alternativo. Com ele, já fai trinta o número de sindicalistas assassinados polo regime de Uribe em 2008!

Nem umha só linha em nengum jornal, nem um só segundo em nengumha emissora de rádio ou televisom.

Há um acordo de estado para nom dar a conhecer a verdadeira face da realidade colombiana, onde o triunfalismo das notícias manipuladas dam por derrotada às FARC-EP. De um regime militarizado que, para revalidar a “vitória eleitoral” de Uribe num processo em que ficam excluídos mais de 65% da populaçom, houvo que subornar congressistas e senadores para mudar a constituiçom. Até o momento 63, de um total de 268 congressistas, estám a ser investigados; umha parte está em prisom (entre eles Mario Uribe, primo do Presidente), polas suas ligaçons directas com a narco e a para-política. Mas a camarilha que ocupa Nariño pretende ter mais quatro anos para continuar a cometer genocídio e fazer-se ainda mais milionária. Para isso modificárom a constituiçom: para que o führer colombiano poda voltar a apresentar-se.

Um regime em que o chefe do exército, o general Mario Montoya, foi um dos principais responsáveis polos esquadrons da morte que matam e torturam sem piedade sindicalistas, opositores ou simplesmente camponeses que nom querem abandonar as suas terras.
Um regime em que, desde a chegada de Uribe ao poder, existem 4 milhons de deslocad@s pola pressom para-militar e estatal; mais de 6 milhons de hectares de terras roubadas a camponeses e famílias das vítimas da violência estatal; 3.500 valas comuns com milhares de cadáveres das matanças do exército e dos para-militares; mais de 11 mil colombianas e colombianos assassinados fora de combate polo terrorismo estatal; dúzias de sindicalistas e centenas de indígenas mort@s; milhares de pres@s polític@s nos cárceres onde se tortura e executa com impunidade; para nom abordarmos as conseqüências das políticas neoliberais selvagens que provocam que quase metade da populaçom viva abaixo do limiar da pobreza, que 45% das crianças sobrevivam na miséria, com mais de 20 mil mortes anuais por doenças curáveis.

Somos conscientes da importáncia da informaçom na hora de evitar a impunidade da repressom. Também sabemos das imensas dificuldades de combater o imperialismo. Porém, nom deixaremos de dar a conhecer ao povo trabalhador e à opiniom pública galega o que o conjunto dos meios de comunicaçom de massas censurárom: o comunicado do Capítulo Galiza da CCB, em que se denunciavam os factos que expugem e que por questom de espaço nom pudem desenvolver. Polo seu interesse, reproduzimos, traduzida para o nosso idioma, cópia do documento.

Galiza, 19 de Agosto de 2008-08-20



CARTA AO PROCURADOR SOBRE OS PLANOS CRIMINOSOS DE URIBE E A CIA NA REPUBLICA DOMINICANA

Lic. Radhamés Jiménez,
Procurador Geral da República

Senhor Procurador:
Tenho tido informaçons precisas da visita ao país em várias oportunidades de representantes da inteligência e chefes militares do regime narco-para-terrorista de Álvaro Uribe Vélez, indagando sobre os meus vínculos políticos com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e pressionando em favor da criminalizaçom das mesmas.

Igualmente tivem conhecimento de contactos com esses mesmos fins de autoridades judiciais e de inteligência desse país com essa Procuradoria Geral da República.

Há já algumhas semanas, o jornalista Álvaro Arvelo denunciou no programa radial “O governo da manhá” a presença quase clandestina do general Mario Montoya, chefe do Exército da Colômbia, e precisou que entre o tratado por ele com autoridades militares do país incluiu os meus vínculos com as FARC. Nengumha autoridade nacional desmentiu o facto, o qual pudem confirmar por outra via.

A intervençom soterrada, permitida polo Presidente da República e as autoridades competentes, embora se diga que é “colaboraçom” entre “governos democráticos” e concepçom “global” da justiça, é claramente um facto repudiável por violatório da soberania do país e aos meus direitos políticos, e por isso em primeiro lugar desejo expressar a minha justificada indignaçom frente a estes factos.
Este repúdio e esta indignaçom potenciam-se quando a ingerência e a pressom que a acompanham provenhem de um regime criminoso, torturador, promotor do terror de Estado e do para-militarismo, comprometido em massacres terríveis, violador recente da soberania territorial do Equador e estreitamente associado aos carteles da droga e aos planos de guerra dos EEUU na regiom.
Com o meu nome, com a minha dignidade a toda prova, se tem estado jogando em gabinetes militares, palaciegos e judiciais a instáncias do regime colombiano. E nom só no caso da visita do general Montoya, conhecido na Colômbia e até nos arquivos de Washington, por vocaçom criminosa e participaçom em terríveis massacres, senom em sucessivos contactos posteriores autorizados desde a Presidência da República. Todo isto no momento em que se anuncia umha intensa assesoria policial colombiana e preocupantes programas de instruçom ”antiterroristas” do Comando Sul ao Exército Nacional.

Por isso, na sua condiçom de máxima autoridade do Ministério Público, chamado a representar a sociedade, sugiro-lhe pôr o antes possível em conhecimento do país tanto os pedidos das autoridades colombianas como a postura oficial do seu Gabinete.
Reclamo, portanto, claridade, responsabilidade, renúncia ao ocultamento e as manobras à sombra do silêncio de esses passos. E fago-o porque nom tenho dúvidas do que maquinam os padrinhos políticos dos referidos visitantes: o presidente Uribe, o ministro de guerra Ramón Santos, a DAS colombiana, a CIA estado-unidense e a MOSSAD israelita.

O tam falado requerimento judicial da minha pessoa por autoridades judiciais e governamentais colombianas e o subseguinte pedido de extradiçom que em casos similares estám tentando em outros países, é só umha das duas opçons recolhidas desde essa conjura secreta contra os meus direitos.

E digo duas opçons, porque além da “judicial”, que a meu entender lhe resultaria politicamente muito custosa e difícil de instrumentar a este governo e ao ministério público que o senhor formalmente dirige, de muito boa fonte conheço a intençom do regime de Uribe de atentar contra a minha vida por meio de sicários e agentes da CIA localizados aqui, até agora com a tolerância -ou a atitude de “deixar fazer” ou “deixar passar- do Governo do PLD e do Dr. Leonel Fernández.

Nom estou solicitando protecçom algumha aos que nom tivérom o valor de rejeitar essas pressons externas e se tenhem monstrado incapazes de assumir a defesa de um concidadao que dedicou a sua vida a enfrentar as injustiças e a combater todas as modalidades de delinqüência da infamia procedente de fontes criminosas.

Sempre assumim a minha autoprotecçom, baseada numha moral sem máculas e umha convicçom revolucionária profundamente arreigada. Singelamente solicito pôr fim à fase secreta desta trama pseudo-judicial, assumindo cada qual as suas responsabilidades frente à sociedade.

Solicito que se informe oficialmente ao país sobre a que vinhérom os chefes militares, os agentes de inteligência e os funcionários de colombianos, que conversárom sobre a minha pessoa com os chefes militares e funcionários dominicanos e qual é a posiçom dessa Procuradoria Geral da República sobre as suas evidentes pretensons e manobras. Nom mais silêncio.

Atenciosamente,
Narciso Isa Conde

12 de Agosto 2008
Santo Domingo, República Dominicana

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Carlos Morais nasceu em Mugueimes, Moinhos, na Baixa Límia, 12 de Maio de 1966. Licenciado em Arte, Geografia e História pola Universidade de Santiago de Compostela tem publicado diversos trabalhos e ensaios de história, assim como dúzias de artigos no Abrente, A Peneira, A Nosa Terra e outras publicaçons periódicas. Activista dos movimentos sociais, inicialmente no estudantil, sendo fundador dos CAF no cámpus universitário de Ourense, e depois do antimilitarista é militante comunista desde jovem. Actualmente forma parte da Permanente Nacional de NÓS-UP e é Secretário Geral de Primeira Linha.

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