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CONTADA A METADE DOS VOTOS

Guebuza e a Frelimo reclamam victoria e Renamo diz que há fraude

Contados já muito mais de metade dos votos expressos nas eleições presidenciais e legislativas moçambicanas de 1 e 2 de Dezembro, Armando Emílio Guebuza e a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO, no poder) venceram folgadamente, cotando-se aparentemente acima de 60% dos sufrágios. Em declarações à BBC, Afonso Dhlakama, líder do grupo opositor, diz que tem evidência de irregularidades e pede a repetição da votação.

- 09:32 10/12/2004
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Se bem que os resultados finais só venham a ser conhecidos daqui a alguns dias, poder-se-á desde já dizer com relativa certeza que Guebuza e o seu partido ganharam em quase todo o país, excepção feita à província de Sofala, de onde é natural o líder da Resistência Nacional de Moçambique (RENAMO), Afonso Dhlakhama, que no cômputo geral não teria conseguido muito acima dos 27 por cento dos votos expressos, bem menos do que os 33,73% de 1994 e do que os 47,71% de 1999.

«Resigne!», pedia ontem, em editorial, o «Correio da Manhã», de Maputo, perante o grande desaire sofrido pelo presidente da principal força da oposição, que assim deixou a FRELIMO como única alternativa viável para a governação de Moçambique. Foi um autêntico descalabro, o da RENAMO, que nas legislativas não teria chegado porventura aos 27% dos votos expressos, só se tendo revelado forte nas províncias de Manica e Sofala, no Centro do país.

A cerca de dois terços da contagem geral dos boletins entregues na semana passada, num processo fortemente marcado pela abstenção, tudo indicava ontem que Armando Emílio Guebuza e a FRELIMO teriam muito provavelmente conseguido mais do dobro dos votos contabilizados por Dhlakhama e a RENAMO, confirmando assim uma tendência bem clara na África Austral - durante estes últimos anos - para que não haja rotatividade no poder. É assim na África do Sul, em Angola, na Namíbia e... em Moçambique.

É evidente que o líder da «Perdiz» ainda não se confessou derrotado, mas ao lermos jornais de Maputo, como o «Diário de Notícias», de Paulo Machava, ficamos claramente a perceber a «vitória retumbante« dos herdeiros de Samora Machel, que nas províncias de Maputo e Gaza teriam congregado o apoio de bem mais de 80% da população. As únicas províncias onde a oposição moçambicana se revelou forte foram as de Sofala, Manica, Zambézia e Tete, que ficam no Centro e Centro-Norte.

O Partido para a Paz, a Democracia e o Desenvolvimento (PDD), de Raul Domingos, um dissidente da RENAMO, nem sequer teria conseguido os 5% dos votos que lhe permitiriam a entrada no Parlamento, havendo-se Domingos ficado nas presidenciais por modestas prestações, nunca superiores a 4%.

Jorge Heitor


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