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“Quem som, quantos som e com quem se relacionam”

Ofrecémoslle un artigo que nos achega Mauricio Castro sobre os incidentes na USC.

Enviada por redaccion redaccion o 15/02/2008 14:22

Dedicado aos e às estudantes concentradas na Faculdade de Económicas da USC no passado dia 12 de Fevereiro

Alguns sectores da direita política, académica e mediática gostariam de pôr em andamento umha versom hispano-galaica do macarthismo, aquele movimento reaccionário de caça às bruxas comunistas nos Estados Unidos em meados do século passado.

Foi com motivo de um legítimo protesto contra a cessom de instalaçons universitárias compostelanas para um acto eleitoral do Partido Popular, e do tumulto provocado pola violência de guarda-costas que acompanhavam a dirigente basca do PP Maria San Gil, que se activou umha inusitada campanha mediática e institucional contra o grupo de estudantes que protagonizou o protesto.

Nom é a primeira vez que os agredidos som convertidos em agressores por obra e graça da unánime pressom dos empórios mediáticos. Tampouco é a primeira vez que se tenta criminalizar um acto reivindicativo que nom tivo nada de extraordinário –nem sequer conseguiu suspender a suposta ‘conferência’, como no fosse pôr em evidência que a Universidade de Santiago de Compostela permite a entrada de pessoas armadas, além de fomentar actos eleitorais mal maquilhados como conferências.

Mais um elo na cadeia de ataques aos direitos sociais

A deriva social que nos últimos quinze anos se vem produzindo quanto a derrogaçom de direitos sociais e a restriçons no exercício de direitos civis, patente em sucessivas contra-reformas laborais, do código civil e da lei penitenciária, entre outras, vê-se confirmada com esta desproporcionada reacçom perante um protesto estudantil que provocou o fingido escándalo de jornais afectos, grupos políticos ‘de ordem’ e instituiçons várias que evitaremos qualificar.

Vejamos algumhas hipérboles e outras palavras grossas ditas nestes dias, a partir do incidente da Faculdade de Económicas e Empresariais:

O porta-voz do PP no Parlamento autonómico, Manuel G. Rivas, dixo literalmente que “O Parlamento galego nom pode condenar isto, mas sim umha guerra no Líbano”.

La Voz de Galicia, numha reportagem ‘de investigaçom’ dedicada ao independentismo galego, chega a afirmar que acaba de abrir-se um debate sobre “até onde chega a presença de grupos independentistas na Galiza, qual é o seu caldo de cultivo, quantos som e com quem é que se relacionam”. Soa dramático, nom soa?

O secretário geral da sucursal galega do PP, Alfonso Rueda, por sua vez, declarou que “som umha minoria radical, que há que cortar de raiz”.

Nom entramos a comentar os qualificativos e mentiras publicados por outros meios extremistas ligados ao Partido Popular. Basta aceder a webs como Libertad Digital para comprovar o tratamento literal de “terroristas” que recebem os membros de AGIR e o estudantado independentista em geral.

Voragem mediática unánime sem direito à defesa

Incluso o PSOE e o BNG, arrastados pola voragem mediática, acabárom por assinar umha declaraçom em que, sem reflectirem minimamente sobre o que há por trás da campanha, e sem conhecer a versom dos estudantes espancados por guarda-costas armados com cacetes extensíveis, condenárom o protesto estudantil. Nom assim, curiosamente, a carga policial injustificada da semana passada contra a concentraçom da Corunha em defesa da nossa língua.

Há em todo isto, é claro, um insuportável fedor a eleitoralismo dos de Mariano Rajoi. No entanto, nom é só isso: é também umha nova tentativa de apertar a porca da repressom social contra quem nom passa polo aro do politicamente correcto nesta Galiza de princípios de século, nomeadamente a juventude e o independentismo.

Já para concluir, e respondendo à pergunta que dá titulo a este texto de urgência, direi que sim, eu sou um deles: um desses poucos que tanto molestamos à Espanha bem-pensante, que estaria encantada de que nom existíssemos. Um desses independentistas que, longe dos tópicos mediáticos, estamos perfeitamente integrados no meio social deste país, e que, sendo muitos, poucos ou demasiados, nom vamos deixar de exercer os nossos direitos até que, emulando o senador Mcarthy, a Espanha da Lei de partidos e dos torturadores indultados consigua caçar-nos a todos.


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