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LUGAR DOS ROMANZINHOS

Da presidência da União

17:52 13/01/2010

Não deve estranhar que desde determinada imprensa europeia, como The Economist ou Financial Times, caracterizada pola defensa do fundamentalismo de mercado, as receitas neoliberais e o rejeitamento militante da União Europeia política, se desqualifique  (“um programa anodino”; “unha Espanha atrancada quer governar Europa”) o plano de trabalho da Presidência de turno assumida polo Estado espanhol ou se faga risa dos propósitos anunciados.

Hoje apanda com todo o Governo presidido por José Luis Rodríguez Zapatero como antes e sempre os dispostos a avançar na ideia da unidade continental e no modelo de convivência europeu. Porém é preciso acordar em que o Governo estatal fixo méritos abondos para merecer também críticas procedentes de amigos. Em certas partes da UE doem ainda declarações como as de José María Aznar, quando presumia do bem que ia a economia espanhola frente ao que sofria daquela uma Alemanha que financiava em grande medida os Fundos de Coesão destinados ao Estado espanhol para apoiar o desenvolvimento territorial e social, sendo utilizados para objectivos diferentes e contraditórios, por exemplo na construção do ostentoso e oneroso aeroporto de Barajas em Madrid. Na União Europeia que compartilhamos lembra-se asemade como no momento do crescimento irresponsável baseado na edificação, o Governo do PSOE, como antes o do PP, gabava-se da capacidade para criar emprego, “tanto como no resto da UE”, fachendeando com a superação da renda per capita de Italia e ameaçando com fazer o mesmo a respeito do posto ocupado por França no ranking europeu, ao tempo que enchiam a boca, Mariano Rajoy o primeiro, sobre os 46 milhões de espanhois, contando como tais aos imigrantes que trabalhavam em precário na construção, na agricultura mediterránea ou em determinados serviços e agora padecem especialmente no frio do desemprego.

Paira ainda, por outra parte, o esquecimento do Governo do Estado espanhol da iminente materialização da Presidência permanente do Conselho Europeu, pretendendo até bem pouco tempo um protagonismo institucional e político que já não lhe corresponderia. As pegadas desse propósito estão presentes na reunião prevista entre a União Europeia e os Estados Unidos que se celebrará em Madrid, em lugar de na sede das instituições comunitárias, ubicação no Manzanares que si bem não é contrária ao espirito da União, não foi decidida com a intenção principal de melhorar o entendimento entre as salientes entidades europeia e norteamericana,  senão para exaltar a conjunção das Presidências planetárias de José Luis Rodríguez Zapatero e Barack Obama.

Esperemos que quando essa a reunião tenha lugar, presidida o Conselho Europeu por Herman Van Rompuy, o que se impulsione seja o acordo entre uma necessária potência civil a UE (a primeira economia mundial) e EEUU (a segunda), não para imitar qualquer tipo de excluinte e anacrónico G-2, senão para dar pulo a uma compreensão pola solidariedade e a paz que incluindo a Estados singulares, de  China e India a Brasil ou Sudáfrica, alcance a todas as nações.

O Presidente do Governo estatal e o Presidente do Conselho Europeu manifestaram este dia, por fim, uns propósitos comúns para o trabalho dos próximos seis meses, abrangendo os principais retos da UE, tratando assuntos antes considerados de soberania exclusiva dos Estados, o Estado espanhol entre eles. Estaria bem que Zapatero aproveitasse a ocasião para defender no interior, a respeito do carácter e das competências de nações como Galiza, Catalunha e Euskadi, o mesmo aberto critério utilizado sem tocar a Constituição de 1978 para estabelecer uma cada vez mais estreita união sem fronteiras entre os povos europeus. 

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Camilo Nogueira

Camilo Nogueira Román naceu en Lavadores (Vigo) en 1936. Enxeñeiro industrial e economista, foi eurodeputado polo BNG entre os anos 1999 e 2004.



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